Com o tema “Música séria ou divertida? Um convite à emoção!” e um repertório com diversos compositores brasileiros como Villa-Lobos, Severino Araújo, Diego Faskner, Emanuel Gomes e Dimitri Farias, encerrou nesta sexta-feira (9), a série “música de câmara”, no Gramado In Concert. Na primeira parte das apresentações foram interpretadas obras de períodos contrastantes, carregadas de história e emoção, e por isso caracterizadas como “mais sérias”. Já na segunda parte, foram tocadas músicas divertidas que aqueceram a alma do público presente na ExpoGramado.
A primeira apresentação da noite foi “Primavera”, de Ludwig van Beethoven (1770-1827), escrita entre 1800 e 1801. A obra faz parte das dez sonatas para violino do compositor e começa com um longo arco melódico contínuo, onde o violino apresenta a abertura e o piano a repete. Interpretada por Olinda Allessandrini e Emmanuele Baldini, a canção buscou transmitir uma das principais características de Beethoven: a resiliência. Assim como, fazer o ouvinte criar novos interesses.
O impressionismo francês misturado com a cultura brasileira, puderam ser admiradas na interpretação da sonata “Fantasia – Désespérance”, do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1950). Em tom melancólico, a obra mostrou o que todos nós não devemos sentir neste momento de pandemia: desesperança. Emmanuele Baldini, que tocou a sonata junto com Olinda Allessandrini, explica que Villa-Lobos, tendo sido violoncelista, sempre usou os instrumentos de cordas como instrumentos que cantam:
“Eu fiz um trabalho muito aprofundado dessas três sonatas de Villa-Lobos”, diz o maestro que, casualmente, tem seu novo CD lançado, sobre as três sonatas de Villa-Lobos, na virada desta sexta-feira para sábado (10). E destaca: “Villa-Lobos fez viagens nas florestas brasileiras para buscar sonoridades, sons, harmonias e isso está presente na música dele”. O que fica claro ao escutarmos a canção e sentirmos como se estivéssemos entrando na floresta amazônica sem saber onde está a saída, encontrá-la aos poucos e passar a aproveitar o caminho. Peter Apps, complementa ressaltando a importância de cultivar a música brasileira. “O Gramado In Concert oportuniza a transmissão da música brasileira”.
Saindo das obras consideradas mais sérias, a terceira canção foi “Espinha de Bacalhau”, de Severino Araújo (1917-2012). O mais famoso choro do compositor foi escrito em 1937, tornando-se uma das músicas mais tocadas no Brasil e no exterior. Na opinião de Paulo Bergmann, que tocou a música junto com Radegundis Feitosa, o sucesso se deu pela dificuldade e virtuosismo de tocar. “Aquele monte de fusas que tem, aquele monte de notas rápidas assim causa muita impressão, o que tem muito a ver com o título “Espinha de Bacalhau, que remete a algo entalado na garganta e difícil de relutar”, diz.
Para os intérpretes, as informações a respeito do compositor são muito importantes, assim como o diálogo entre compositor e intérprete. A quarta peça apresentada foi do compositor porto alegrense Diego Faskner Silveira, de título “Consolação em quadros manuais de campainha JB Hocus Pocus”. Paulo Bergmann, amigo de Diego, explica que a canção foi composta durante o doutorado de Faskner e apresentada a ele, o que gerou uma parceria na composição. O resultado, foi uma justa posição de elementos díspares, tornando algo muito bonito. O diferencial da música pode-se dizer que está no fato de usar diferentes recursos do piano, abusar de exageros rítmicos e utilizar de novos efeitos e linguagens.
Em seguida, foi interpretada pelo quinteto dos metais a obra “Ai que saudade d’ocê”, de Emanuel Gomes Farias. Sendo o encerramento dos recitais sob sua coordenação, Olinda Allessandrini agradeceu os músicos, a produção, os técnicos da imagem e luz, os diretores artísticos, o maestro Linus Lerner, a Orquestra Sinfônica de Gramado e o público, que participou tanto presencialmente, quanto virtualmente do evento.
Para finalizar a noite foram tocas duas peças. A primeira, “Corpo de lata”, do compositor Dimitri Cervo, foi uma estreia mundial. Leandro Serafim afirma que Cervo o encaminhou a canção em 2019 e até onde ele saiba ela ainda não havia sido executada. Sobre o título da obra ele explica que “não perguntei para o Dimitri, mas acredito que é por ser interpretada pelo quinteto dos metais”. E a segunda foi um pout-pourri de sucessos da Bossa Nova. Leandro Serafim encerra a programação da noite elogiando Olinda Allessandrini: “O conhecimento dessa mulher é fantástico. Eu fico arrepiado de quanto conteúdo de repertório ela tem”. O encerramento do Gramado In Concert acontece neste sábado (10), às 19h30 na ExpoGramado e no canal do evento no YouTube. Serão disponibilizadas cadeiras extras, sendo necessária inscrição.
Ingressos presenciais:
As trocas devem ser feitas diretamente na Rua São Pedro, 185, no bairro Centro, em Gramado. Das 9 horas (da manhã) às 17 horas (fechando ao meio dia), de segunda a sexta-feira. Mais informações no telefone 3286 7343 ou 3286 2002.
Assista o evento online e gratuitamente:
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Mais informações e programação completa: www.gramadoinconcert.com.br
O VII Gramado in Concert é apresentado pelo Ministério do Turismo e Secretaria de Estado da Cultura e conta com o patrocínio da Golden Propriedades de Lazer, Copatrocínio da Sulgás – Viva com essa energia. Apoio de Florestal Candies, Caracol Chocolates, DylNet Telecom e Cristais de Gramado. Apoio institucional da Orquestra Sinfônica de Gramado e Eurochestries. Receptivo Oficial da Gramado Receptivo. Cia Aérea Oficial da Azul. Agência de Viagens oficial da Azul Linhas Aéreas. Hospedagem Oficial da Laghetto Hotéis. Agente Cultural AM Produções. Promoção da Prefeitura de Gramado. Financiamento Pró-Cultura/RS, Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Realização Gramadotur, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, Pátria Amada Brasil.
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