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Gramado In Concert encerra com lição sobre a importância da arte

O concerto de encerramento aconteceu às 19h30, no auditório da ExpoGramado.


O festival Gramado In Concert, encerrou na noite de sábado (10) a sua sétima edição. O público, estimado em mais de trezentas pessoas, lotou o auditório da ExpoGramado e foram quase oitocentas visualizações na transmissão pelo YouTube. Tradicionalmente, o repertório da noite foi tocado pela Orquestra Sinfônica de Gramado, sob a regência do maestro e um dos criadores do evento Linus Lerner. Além disso, os professores que participaram desta edição receberam o troféu Cosmos.


Iniciando as falas de diretores e autoridades, o maestro Linus Lerner disse que hoje os criadores e equipe estão colhendo os frutos do trabalho de criar a Orquestra Sinfônica de Gramado. Segundo ele, ela é a segunda maior e melhor Orquestra do Rio Grande do Sul. E adiantou: “No dia 28 de outubro vamos comemorar os dez anos da Orquestra Sinfônica de Gramado, que abrirá o Natal Luz”. Ele citou ainda a frase do escritor gaúcho Érico Veríssimo: “Eu venho de uma cidade que tem uma orquestra sinfônica”.


A retomada aos palcos para o maestro foi uma grande surpresa. “Até eu escolhi a peça “Novo Mundo”, de Dvorak para encerrar porque estamos vivendo de certa forma um novo mundo pós-pandemia”. Ele reforça a mensagem que foi transmitida durante todos os dias do evento, de que o que o mundo precisa no momento é de arte e os artistas precisam voltar a se apresentar.


Para a presidente da Gramadotur, Rosa Helena Volk, o Gramado In Concert é a realização de um sonho muito incentivado pelo prefeito Nestor Tissot. “Eu quero agradecer a tua dedicação de tempo, energia e vontade à Orquestra”, afirma. Além disso, ela agradeceu os patrocinadores, parceiros e às três pessoas essenciais para a realização do evento: Allan John Lino, Leandro Serafim e Linus Lerner, os criadores e diretores artísticos do Gramado In Concert.


Em seguida, o prefeito de Gramado Nestor Tissot, agradeceu à Rosa Helena Volk e equipe pelo empenho na realização do evento, mesmo durante a pandemia. “Eu sonho em fazer na Rua Coberta em 2022”, destaca Nestor. Ele reforça ainda o destaque da cidade, sendo um dos destinos de viagem mais procurados.


Na opinião de Allan Lino, a realização do evento é ‘Gramado sendo Gramado’. “O Gramado In Concert é um evento que atravessou gestões e continua se consolidando. Eu vejo como uma retomada do turismo através da cultura”, pontua. Ele explica ainda que toda a organização foi feita com muita segurança, respeitando os protocolos sanitários, mas principalmente com muita alegria de retomar aos palcos e sentir o calor humano.


“O evento é para poder despertar na gente a humanidade. Buscar contar um pouco da história do ser humano em si, a importância da saúde para o ser humano e o mais importante: estar com pessoas e aprender com elas”, diz. Leandro Serafim conta que o desafio para a oitava edição, que acontecerá de 11 à 19 de fevereiro de 2021, será fazer um evento semelhante ao ano de 2020, que ainda aconteceu de forma presencial, sem alterações. “Mas para isso precisamos de uma recuperação plena”.


Desafios, que também foram enfrentados, mas superados, nesta edição do evento. “A gente não sabia quando estávamos planejando se ia ser híbrido, se ia ser só online ou presencial. Optamos pelo formato híbrido e foi um sucesso de público”, analisa Linus.


UM REPERTÓRIO DE QUALIDADE


Estreadas em 1786, as “Bodas de fígaro”, escritas por Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), foi a primeira peça tocada pela Orquestra Sinfônica de Gramado. A obra de quatro atos é a continuação da história do personagem Fígaro, iniciada em “O Barbeiro de Sevilha”, em que ele é barbeiro e decide unir o Conde de Almaviva e Rosina através de um plano. Linus Lerner lembra que em 2021 completa 230 anos do falecimento de Mozart.


A segunda obra interpretada da noite foi o “Concerto para trompete em mi bemol, I Mov. Allegro com Spirito”, de Johann N. Hummel (1778-1837). A canção evidencia o processo de transição do compositor, do Classicismo ao Romantismo e é considerada uma raridade. A interpretação teve a participação do professor de trompete Érico Fonseca.


Voltando à Mozart, em seguida apresentou-se a obra “Concerto para trompa nº 1, K 412, em ré maior, I Mov. Allegro”. Este é o único concerto para trompa de Mozart a estar em ré maior, o restante está em bi bemol maior e o único a ter apenas dois movimentos ao invés de três como é o habitual. A canção contou com a participação do professor de trompa Radegundis Tavares.


A quarta obra foi “Fantasia, I Mov. Animé” para saxofone e orquestra, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959). A obra que já havia sido tocada em outros dias do evento e foi tocada pelo professor de saxofone Douglas Braga, que conseguiu transmitir toda a essência de Villa-Lobos em sua atuação.


Representando o suprassumo do Romantismo alemão de Max Bruch (1838-1920), a quinta canção da noite foi “Concerto para violino nº1, em sol menor, Op.26, III Mov. Finale Allegro Energico”. A obra é um dos grandes sucessos do compositor que, na época, contrastou com a negação de suas outras criações. A canção revela ainda a admiração de Bruch por Brahms, com a evocação dos ritmos ciganos. Emmanuele Baldini, professor de violino, interpretou a obra junto com a orquestra.


A suíte “Peer Gynt, nº1, Op.46”, do compositor norueguês Edvard Grieg (1843-1907) foi a sexta obra apresentada. A canção lembra em seus primeiros segundos uma “Atmosfera Matinal”, como o sol saindo detrás das nuvens, passando para uma sensação de aventura e encerrando, por assim dizer, na mansão do rei onde Peer se encontra com os malignos Trolls.


Encerrando a sétima edição, tocou-se a “Sinfonia nº8, Op.95 em mi menor, Do Novo Mundo”, de Antonín Dvorak (1841-1904). A sinfonia é a mais conhecida do compositor, sendo escrita em 1893 e inclusive estava junto do primeiro homem a pisar na Lua. O público parabenizou o maestro e a Orquestra com uma longa salva de palmas.

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